The Book of Hermaeus (Remastered Edition) (1ª Luta)

Rising era uma técnica que Lilith aprendeu rápido a como dominar. Ela se tratava de entrar em “combustão” ao mesmo tempo que não. Difícil de entender? Bem, vamos tentar visualizar o que ocorre com a Lilith quando ela usa as suas habilidades de Siren. A marca é responsável por quase todo o processo, com exceção do controle, ou seja, o desejo.

Quando Lilith concentra uma parcela de suas chamas em alguma parte de seu corpo, a marca ativa, fazendo com que o fogo da Siren, bem conhecido por consumir com uma velocidade berrante e ainda se espalhar como praga de bíblia pelo lugar todo levando a sua volta ao nada (normalmente, os que são consumidos acabam virando pó, uma vez que é visível ver suas silhuetas desmancharem),  a marca assim que ascende, já se espalha internamente pela menina, ao mesmo tempo que o seu principal poder que é o de um planeswalk ativa, fundindo ambos e permitindo Lilith entrar em combustão espontânea sem se danar.

É praticamente entrar em dois estados ao mesmo tempo: enquanto um preserva a sua essência, o outro contorna ou se torna por um tempo o seu novo “corpo”, o que faz a Siren poder atingir a forma de uma esfera que se lança contra o oponente em grande velocidade. As chamas como vistas, podiam ser controladas e eis que o Rising parecia uma catapulta de pessoas, pois Lilith se focava mais no choque do que queimar a pessoa até ela não ter mais corpo para isso.

A Siren era analítica na hora de explorar as suas habilidades, e o Rising  não era feito para queimar, era consequência de seu planejamento, e é claro que queimar alguém fazia parte de seu gosto pessoal.

Ouvir Fukua ser lançada em pleno ar foi música para Lilith. A ruiva havia voltado ao normal assim que seu especial chegou ao fim.  A Siren se levantou e viu apenas a água subindo. Um ponto de interrogação surgiu acima de sua cabeça, por onde havia a atacado, a esverdeada não deveria ter caído no lago, porém, isso não era problema. Lilith deu de ombros, para ela a luta havia acabado, tanto que a Yagami fez algo que nunca deveria fazer em uma luta: dar as costas as pessoas sem se certificar que seu oponente havia sido derrotado. Sim. Lilith fez isso, e justamente um minuto antes dos olhos amarelos de Shamone ficarem para fora e encará-la bem.

O que o Theon viu? Uma Siren distraída e de costas para eles.

Lilith estava indo na direção que havia entrado, mas foi ela dar mais um passo que de repente ela ouviu um som estridente atrás de si. Foi se virar que ela viu aquela broca subindo atrás de si, e ao dar um salto para trás, a ruiva acabou caindo na armadilha de uma segunda, que a tirou do chão, perfurando o seu pé direito e comendo o seu salto assim como a parte de baixo do calçado. A Yagami se forçou para trás, jogando seu corpo antes de acabar perdendo alguma coisa a mais. Foi na força brusca que a jovem se livrou daquilo e caiu sentada no chão, levando as mãos ao pé ferido.

— Aaaargh, porcaria! — Doía. Parecia que havia caído novamente naquelas armadilhas ridículas criadas pelos Bandits de Pandora, ou até mesmo inventado de dar uma butinada em um Skag e esquecer de seu corpo espinhento. — Filha da puta — Exclamou cheia de raiva a mais nova das Yagami —, eu vou matar aquela infeliz.

Lilith franziu o cenho com força, era uma dor incomoda e seu sangue estava muito quente. A ruiva olhava para o canto aguardando a sua oponente sair enquanto se focava. A Siren decidiu tomar uma decisão incomoda: retirar energia de outra dimensão para o seu Inner Glow  funcionar, e como é que isso poderia ser feito? Simples. Lilith se focava entre o seu estado físico e o etéreo, quando isso acontecia, o processo era naturalmente similar ao seu phasewalk onde ela vagava por entre as dimensões e adquiria energia dali o que sempre resultava do acumulo dela ser liberado através de um Phaseblast, seja de pura energia, ou convertido por um elemento.

Aqui acontecia uma coisa similar, mas de efeito contrário. Uma vez que Lilith se foca, ao invés dela entrar no seu Phasewalk, a Yagami ativava as suas marcas que ao invés de brilharam em um incandescente azul, tornavam-se púrpuras e com isso, a Yagami usava a energia para restaurar o seu corpo. Por conta dessa energia que passava pelo seu corpo, o ato em si ganhou o nome de Inner Glow, e ele restaurava um pouco a Siren para ela continuar a lutar. Ele fechou o buraco, porém, a pele ainda não havia se restaurado totalmente, sendo fina e delicada, fácil de se romper de novo. Lilith também sentiu que ao colocar os pés no chão, o mesmo parecia se contrair, como se seus nervos estivessem sendo puxados e pressionados para uma direção oposta.

Era como pular uma corda e pisar em falso: incomodava, mas dava para levar o resto do dia, até ela encontrar uma posição para descansar ele, ou estalar e pôr o que estava fora de volta ao seu devido lugar.

Sentindo um certo alivio por sua nova condição, Lilith olhou furiosa para aquele montante de água e só de imaginar que sua oponente estivesse ali dentro ainda fez com que várias ideias passassem por sua cabeça, sendo uma delas eletrocutar o lugar, mas a Siren não decidiu fazer isso. A ruiva se levantou, invocou as suas duas armas, e disparou em direção a água, liberando uma enxurrada de balas contra Fukua, esperando fuzilar a garota ali dentro.

A situação não parecia nada boa para a esverdeada. Lilith disparava aquela enxurrada de projéteis com o foco de acertar Shamone e a garota de pele escura. Os olhos de Lilith estavam fervendo de ódio, seu pé antes ferido ainda pinicava. Não era a primeira situação em que acabava se machucando feio e ainda tinha que sair para lutar. A Siren parou assim que viu uma mancha de sangue na água. Suas sobrancelhas se ergueram. Lilith não pensou que ia conseguir acertá-la assim fácil, para falar a verdade, a ruiva achou que veria aqueles tendrills se moverem dentro da água.

— Hm....

Lilith olhou incomodada para a água e rapidamente a ficha caiu. Se sua oponente havia criado algo abaixo dela, então isso significa que poderia fazer de novo! Mas a Siren não estava com muito humor para esperar Fukua fazer algo, por isso, resolveu tomar uma atitude inesperada: iria explodir o solo.

As marcas azuis de Lilith ficaram em um alaranjado intenso, e de repente começaram a queimar, como se estivessem entrando em combustão. Os olhos da ruiva brilharam intensamente, aquele amarelo parecia uma estrela cadente de longe. Sem mais nem menos, asas longas surgiram nas costas de Lilith, feitam de uma chama limpa e incandescente. A Siren saiu do chão, indo para o céu enquanto olhava para baixo.

As asas das Sirens eram funcionais. Não importasse o que elas lembrassem, cada Siren podia usá-las para voar e até mesmo criar os mais variados golpes, como Lilith, que concentrava as suas chamas e ao bater uma asa na outra a sua frente, conseguia criar esferas de danos medianos e até mais altos. Só que isso não seria o que viria a acontecer. Os planos de Lilith eram outros. Como ela havia pensado que Fukua atacaria novamente por baixo, a Siren aguardou para ver se iria acertar.

De fato, o pensamento de Lilith ocorreu. Fukua e Shamone emergiram e pareciam ter se preparado para dar o bote na ruiva que estreitou os olhos, cerrando-os com certa força. Eis que Lilith tomou uma atitude!

A garota se envolveu com as suas asas, transformando-se em uma espécie de esfera, onde ela se lança em direção a dupla dinâmica. Enquanto caia, a esfera inicialmente grande, parecia encolher, como se perdesse força, porém, a aparência era apenas algo para desiludir o oponente. Porque? Bem, não demoraria a se descobrir o motivo.

Quando Lilith chocasse contra o seu oponente, algo terrível aconteceria. Até mesmo se não se chocasse contra Fukua, os efeitos a seguir continuariam a ser de uma escala assustadora. O Ultimate de Lilith chamado Firehawk, era um devastador. O nome caia bem pelo que viria a acontecer. Assim que caíssem contra ela ou o solo, toda a energia do Ultimate seria lançada para todos os lados, como uma imensa explosão de carga gigantesca. O solo seria transformado em nada, repartindo-se em milhares de pedados, assim como o resto da estrutura do cenário seria afetado por ele. O Firehawk era uma técnica para eliminação rápida, ou seja, Lilith utilizaria ele para tentar vencer a luta, mas caso não conseguisse, não teria problema, pois os efeitos obrigariam Fukua encarar a Siren de frente sem nenhuma escapatória ou esconderijo.

O Firehawk caiu como uma luva para a situação. É verdade que a situação do lugar ficou ruim de se ver. Era duvidoso saber se alguém conseguiu ver o que aconteceu ou se conseguiriam ver o que aconteceria dali em diante naquele lugar devastado que antes era um belíssimo cenário. Lilith ficou abaixada, sentindo as chamas que cobriam o seu corpo se esvaírem, retornando para suas marcas alaranjadas que voltavam ao tom azul natural.

— Uau, que ataque poderoso! Sabia que eu adoro ruivas poderosas?

Lilith se ergueu lentamente, aquele brilho amarelado em seus olhos já havia se dispersado a alguns minutos após a sua colisão contra o cenário. A Siren levou as mãos a cintura, olhando feio para a verdinha. Fukua era abusada e isso já estava deixando Lilith mais que incomodada. A ruiva se preparou para continuar o combate, mas acabou sendo surpreendida por algo.

O Firehawk era um dos golpes mais poderosos de Lilith. Ele era tão forte que a deixava descoordenada. Quando a Siren se preparou para continuar a lutar, Lilith sentiu sua perna fraca, logo ela bambeou caindo ao chão de joelhos. O Especial era bom, porém, verdade seja dita, ele tinha suas falhas, ainda mais quando era feito de forma tão precoce como foi realizado.

— Hmmmm... Arr... AI!

A exclamação saiu pela boca da Yagami quando uma pedra atingiu sua cabeça. Lilith caiu para trás, ficando sentada e desengonçada. Foi aí que ela viu o que vinha acompanhado daquilo: uma esfera de energia. Os olhos de Lilith se arregalaram, ela não podia correr e tudo o que fez foi aguentar o tranco. Ao ser atingida, a ruiva foi arremessada ao alto, caindo por cima de uma pedra grande e de barriga para baixo.

Estava cansada e sua cabeça parecia que iria rachar ao meio. A Siren não tinha muito o que fazer naquela situação. Chamou um de suas pistolas e tentou atirar na morena, mas desistiu do processo. Por longos minutos ela ficou olhando sua oponente com a arma em mão, mas não tinha mais energia para continuar disparando. A Siren derrubou sua arma que desapareceu antes de encostar ao chão e desabou, erguendo o dedo do meio para a Fukua, exausta.