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Dom 2 Ago 2020 - 18:17
The Book of Hermaeus (Remastered Edition)



Story Mode



O dia estava em seu crepúsculo quando o “Memory Circus” abriu seu imenso portão para o público. O castelo era uma construção enorme, cujo a torre mais alta tinha seus 150 metros de altura. A pedra acinzentada do castelo fazia-o parecer uma pequena montanha na beira de Floresta das Memorias. As muralhas do castelo estavam separadas da floresta por cerca de 40 metros de área plana gramada, como um fosso. Logo à frente dos portões, havia um grande estacionamento que visto de cima, daria para ver a forma nítida de um retângulo, cujo comprimento ia do castelo até a estrada próxima. Dentro das muralhas do castelo, foram construídas atrações iguais a um parque de diversões. Tudo estava bem iluminado e havia várias pessoas trabalhando nas atrações e quiosques de comida. Havia uma pequena praça a cinquenta metros da entrada do castelo. Sua forma circular abrigava uma estátua de quatro metros de altura em forma de uma sereia segurando um vaso, de onde vertia água cristalina de aroma refrescante, como água que verte da montanha mais isolada. O mármore azulado ficava mais contrastante com a luz que era emitida do fundo da fonte, dando a impressão de que os cabelos da sereia se moviam, dançando com a luz. Uma placa de prata à beira da fonte mostrava a todos o nome “Aquarius”, acompanhada logo abaixo das letras o símbolo do signo de Aquário. Nas laterais da praça, haviam mapas das áreas externas do castelo e da parte que era permitida ao público dentro do castelo. Da área ao interior do castelo, havia atrações no anfiteatro, na área dos dormitórios (transformado em um hotel), a guarnição (onde foi montado uma taverna de aparência que remetia uma taverna medieval) e parte das catacumbas (com um aviso para aqueles com corações fracos ficarem atentos). O interior dos corredores era decorado com peças de couro, metais preciosos e madeira. Quadros de todos os tamanhos podiam ser visto em intervalos regulares. Elevadores haviam sido montados para a movimentação das pessoas. A vista da floresta na área do restaurante era tão vasta, que dava para ver as Cachoeiras de Helmirth a distância.




Os convites enviados para os lutadores recomendavam para que eles fossem a uma das áreas mais particulares, no caso uma sala de troféus de forma hexagonal, com vista para a cidade. A sala era decorada com uma área central em que havia uma fogueira acesa, cuja fumaça era guiada para fora da sala através de uma tubulação feita de pedra, presa ao teto. Ao redor da fogueira havia treze poltronas com encostos envoltos em veludo de cores escuras, do azul-marinho ao vermelho-sangue, mas uma em particular chamava a atenção pelo material usado: parecia que havia sido feita de uma madeira de tom negro, com o encosto revestido de um material escamoso, branco que se tocada tinha textura de uma cobra, com adornos góticos ao redor do encosto e apoios de braço. Havia cabeças de animais empalhados nas paredes, alguns que com certeza podiam ser confirmados como extintos, como um tigre-dente-de-sabre ou que supostamente não deveriam existir, como uma cabeça cujas feições pareciam com um pequeno dragão de escamas azuis. Haviam bancadas com bebidas e petiscos. O próprio Valeth estava no aposento, acompanhado de algumas personalidades do “circus” que haviam aparecido no desfile: o cavaleiro que tocou o órgão, a garota titereia e a cantora. Dentro do aposento havia quatro pessoas trabalhando como garçons, servindo bebidas aos integrantes do “circus” e aos lutadores que esperavam.  Todos os integrantes do “circus” ocupavam as poltronas que ficavam mais próximas ás enormes janelas e nenhum deles ocupava a poltrona que se destacava. Ao que os lutadores chegavam, ele se levantaria e os cumprimentava e pediam para que aguardasse os outros chegarem, dando liberdade para que pudessem olhar a sala e se servirem. Ao que todos estavam presentes, ele olharia para todos e diria:




- Eu gostaria de um pouco de sua atenção, caros participantes. Eu sou Valeth, lorde do castelo. - Ele segurava um cálice de cristal com um pouco de vinho. - Vocês foram escolhidos para este evento pelas suas capacidades de luta e determinação. O torneio se seguirá em uma fase de classificação, onde quatro de vocês avançarão para as semifinais do torneio. E ao vencedor, terá as glórias e uma premiação única. Mas nada disso quero eu fazer entrar nas suas mentes hoje, pois desejo que se preparem para o início das lutas amanhã. Vocês saberão seus adversários apenas no momento da luta, para criar expectativas. Aposentos para vocês foram preparados no hotel integrado ao castelo. Basta avisar quando querem ir aos seus aposentos aos garçons e será mandado alguém para os leva-los para lá.- Neste momento, um homem usando farda de funcionário adentra na sala, segurando um walk-talk e se aproxima de Valeth, murmura algo próximo a sua cabeça e o mesmo concorda com a cabeça. - Eu apenas peço desculpas, pois irei me retirar agora, há preparativos urgentes a fazer para a transmissão das lutas e preciso falar com o gerente de comunicação. Com sua licença. E a propósito, aproveitem os aperitivos e bebida.




Valeth se retira da sala, deixando os outros integrantes na sala. O cavaleiro estava sentado imóvel na poltrona. Era impossível ver se o mesmo respirava pois desde que o primeiro dos lutadores chegou ao aposento o mesmo não se moveu em nenhum momento. Não era possível ver o rosto de quem a trajava sob o elmo fechado. A garota titereia segurava um tipo de cachorrinho de pelúcia. Os seus cabelos eram presos em pequenos coques nas laterais da cabeça, com presilhas que fazia parecer a olhos desatentos duas orelhas de cão. Ela bebia um pouco de refrigerante, balançando de leve as pernas, que mal tocavam o chão. A cantora de ópera estava sentada, bebendo vinho devagar, observando a fogueira, vendo as chamas dançarem ao serem atiçadas por pequenas saídas de ar em suas laterais.




Os aposentos dos lutadores eram suítes individuais com camas king-size. Os móveis possuíam estilos diferentes nos quartos, mas todos eles seguiam estilos de no mínimo duzentos anos atrás e indo para estilos mais antigos. Todos haviam janelas com visão ampla para os jardins do castelo e a floresta. Havia um telefone e ao lado do mesmo havia uma lista de números para os serviços do hotel integrado.






 
( Obs.: Os lutadores tem liberdade para postar neste tópico após este post, assim como qualquer um outro. Isto serve apenas como lembrete a uma das regras de postagem deste tópico.)
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Sex 7 Ago 2020 - 20:49

Painwheel.png

Você já ouviu essa história antes? Do livro que reescreve qualquer coisa do seu passado ou o seu próprio futuro? Dizem que ele datava também os acontecimentos mais importantes da história do universo. Sim, ele pegava não só os registros do nosso mundo, mas de outros também. Ele parece ser uma coisa bem valiosa e também bem pesada, para conter tantas e tantas informações assim. Quanto tempo levaria para alguém terminar de ler ele? Eu diria que a vida toda e ainda assim, nunca chegaríamos a ver o fim da página.

Mas onde essa história começa? Sinceramente, eu não sei. Sou apenas uma pequena parte dessa experiência. Está interessado em saber? Por favor, sente-se! Deixe-me lhe contar como tudo aconteceu:

THE BOOK OF HERMAEUS
(REMAKE)


Chovia forte aquela noite. Eu acordei com o som de um relâmpago. Minha visão estava embaçada e pesada, eu não queria ter que abrir os olhos. Mas eu senti uma urgência das grandes, o que me fez reunir forças para me sentar na cama. O ambiente a minha volta é o meu quarto. A tv estava ligada, mas a programação já havia saído do ar há horas. Olhei para o lado da cama e minha namorada dormia tranquilamente. O relógio digital no criado mudo ao lado marcava exatamente as 3:33 da manhã.

Levantei e caminhei até a porta do banheiro. A casa ainda estava uma bagunça, havia muitas coisas ainda que não tínhamos organizado desde a mudança. Não acendi nenhuma luz para não incomodar o sono da Filia, então, como já estava acostumada com o caminho até o banheiro, foi fácil localizar. Acendi a luz e me apoiei na pia. Olhei para o espelho e...

Eu me assustei.

O reflexo mostrava uma coisa bizarra sobre mim. Uma visão horrenda que eu nunca, sequer poderia imaginar na minha vida. Os meus olhos começaram a sangrar. E a minha pele parecia que estava desmanchando aos poucos. As veias que tenho visíveis no corpo e que brilhavam por causa do sangue corrompido da Skullgirl, elas simplesmente desapareciam enquanto sinto minhas forças irem diminuindo.

Eu cai de joelhos e me segurei na pia. Usei as minhas forças para levantar e olhei para a minha barriga. Ela não existia mais. Eu via meus órgãos caindo no chão apodrecidos. O espelho mostrava que eu estava me tornando uma parte esqueleto. E no centro da minha caixa torácica, eu vi o coração caveira. Tentei gritar o nome da Filia, mas minha voz falhou. Eu só ouvia o coração falando dentro da minha cabeça.



SKULLHEART: BETTER TO SLEEP.

Eu procurei qualquer coisa que pudesse impedir o resto da infecção. Eu não ia sucumbir ao Coração Caveira.

SKULLHEART: BETTER TO SLEEP.

Encontrei uma tesoura e apanhei. Olhei para mim mesma enquanto segurava a ponta da tesoura na minha cabeça. Eu ainda tinha forças para um golpe letal. Eu fechei os olhos e ...

SKULLHEART: BETTER TO SLEEP.

...

Acordei.

5:50 da manhã marcava o relógio. Filia ainda dormia e nem pensava em acordar tão cedo. Olhei para o teto e depois para as minhas mãos, pensando no pesadelo que havia acabado de ter. Sete anos já haviam se passado desde que Marie, a última Skullgirl foi derrotada em Nova Meridian. Eu mesma havia sido a responsável pela sua destruição. As palavras do coração ecoaram na minha mente por aqueles dias, dizendo que minha liberdade era apenas uma ilusão.

Fazia tempo que eu não sonhava com essa maldição me assombrando. Eu sei que sou portadora do sangue de uma das antigas Skullgirls que vieram antes de Marie. A infusão desse sangue só me deixou mais poderosa e, de um certo modo, uma maneira de me manter viva com dois parasitas sintéticos. Mas será que ele, de alguma forma, poderia me tornar numa Skullgirl? Eu creio que não. O componente principal que é o coração, está em falta. Mas me preocupa pensar nessa possibilidade...

Sai da cama e fui começar a preparar o café da manhã. Logo, Filia ia acordar com fome e ela come por dois, por causa de Samson. Pensei em preparar o típico café americano para aquela manhã. Filia é muito apaixonada por waffles com calda de chocolate e bacon de acompanhamento. E para o Samson, era só dar o dobro do que a Filia come que ele ficava feliz. Então, tive um pouco de trabalho para preparar tudo. Mas até as sete ou oito horas da manhã, tudo deveria estar pronto e posto na mesa.

Eu estava parecendo a minha mãe querendo agradar a todos de casa com uma comida bem quentinha e carinhosa, mas... ao terminar de preparar um suco de laranja bem docinho e colocar ele numa jarra, eu me viro e me deparo com um estranho sentado na mesa, comendo um dos waffles que seriam do Samson.

Estranho: Nham nham! Você cozinha muito bem, magrelinha!

Carol: ....

Estranho: Você tá fazendo comida pra um batalhão, pensei que não ia ter problema pegar um pouquinho, já que vim de uma terra tão, tão, tão distante!

Carol: ... quem é você?

Devolvi a jarra para a pia e projetei da palma da minha mão um ferrão negro moldado pelo meu parasita sintético que vive dentro de mim, o Gae Bolga. Eu não me incomodava mais com a dor que sentia sempre que eu fazia os ferrões dele emergirem da minha pele e do meu corpo. Já estou acostumada a sofrer com essas injurias. Mas meus inimigos talvez ficassem enojados ao verem do que sou capaz e principalmente assustado por verem minha pele rasgando e sangue gotejando ao chão.

Mas o sujeito ali, eu não sabia dizer como ele se expressava. Pois ele estava usando uma máscara. Uma máscara de palhaço.

Estranho: Eu me chamo Joker. E sou da Corte Escarlate.

Carol: Joker...?

Joker: Isso mesmo. A minha vinda até aqui se resume apenas a entregar este maravilhoso convite para o nosso torneio no Memory Circus.

Carol: ....

O convite foi deixado em cima da mesa pelo misterioso ser. Ele empurrou o envelope para o outro extremo da mesa, que acabou sendo a minha direção. Me aproximei para olhar aquilo com mais cuidado. Ele, folgado que era, continuou comendo o waffle que eu havia preparado a mais para o Samson.

Carol: O torneio Memory Circus premiará o primeiro colocado com dinheiro e um artefato de valor imensurável?

Joker: Exatamente. Interessada? Você foi escolhida a dedo pelo nosso mestre.

Eu havia ouvido falar no noticiário que um castelo apareceu do nada pelos arredores da floresta daqui. Não dei a mínima no começo porque coisas estranhas acontecem o tempo todo nesse lugar. Estranhos casos de desaparecimentos vieram sendo relatados nas proximidades daquele castelo também, o que me deixou com um olhar 43 feroz fixado sobre a figura ali sentada.

Carol: Porque eu fui escolhida?

Joker: Nós sabemos da sua grande força e de todo o progresso que teve sendo uma das acolhidas dos Yagami.

Carol: Isso é muito suspeito.

Joker: Acredite, todos os outros participantes se comportaram de maneira semelhante. Não estamos incomodados de saber o que pensam de nós, apenas que venham celebrar o nosso show quando tudo estiver pronto.

Carol: Eu não sei se devo participar. Não tem mais sentido usar minha força e meus poderes apenas para uma exibição sem sentido.

Eu estava pronta para expulsar aquele maldito de minha casa e rejeitar o convite dele, quando de repente, ele disse algo interessante.

Joker: Você vai mesmo deixar que seus irmãos pequenos se aventurem sozinho no nosso castelo? Você sabe que mesmo em corpos de adultos, Yue e Lilith ainda são bem imaturos. Hi hi hi.

Yue e Lilith também foram convidados? A descoberta me deixou um pouco tensa. Olhei para o convite novamente e depois voltei o meu olhar para o sujeito. Mas ele não estava mais sentado ali. E sim, frente a frente comigo. Eu recuei no susto. Como ele pode se mover tão rápido assim?

Joker ele parecia um bobo da corte, as roupas em tons diferentes de vermelho, entre sangue e vinho. E ele vestia uma coroa por cima de seu chapéu, além de uma máscara sorridente o tempo todo. Ele dançava e se divertia o tempo todo, fazendo muito barulho. Mas logo, essa algazarra irresponsável dele acabou quando uma espada em formato de grampo de cabeço passou por entre o pescoço dele.

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Eu me espantei ao ver Filia, apenas de camisola, armada com a dupla de espadas que pertenceu a antiga host de Samson, Delilah. Filia nunca usou aquelas espadas antes e a ver imobilizando o palhaço e pressionando ele daquela maneira, lembrou-me dos tempos quando ela ainda pertencia a Máfia dos Medici.

Filia: Quem é esse cara, Carol? E o que ele faz dentro da nossa casa?

O tom de voz da Filia era séria e determinada, além de parecer muito irritada.

Carol: Joker é o nome dele. E ele veio me entregar o convite para um torneio.

Samson: Esse safado comeu a nossa comida?

Joker: Hehehe... ainda tem bastante ali, senhor Samson.

Samson: Como esse pilantra sabe o meu nome?

Filia: Mais importante, porque esse maldito está aqui dentro com esse convite?

Joker: Eu fui mandado para fazer uma visita aos participantes. Eu precisava entrar. Hihih.

Filia: Não interessa. Se é um convite, bastasse deixar dentro da caixa de correios! Você por acaso tem medo de morrer?

Filia falava como uma verdadeira mafiosa quando estava irritada. Talvez sejam sequelas de uma vida que ela não se lembrasse mais. Por alguma razão, eu gosto desse lado malvado dela.  Mas por outro, fico preocupada em saber se ela ia mesmo usar aquelas lâminas para matar o palhaço.

Joker: Nesse momento, nos matar é impossível. Mas eu já fiquei tempo demais aqui dentro. Pense no que eu te disse, pequena Carol. Você pode realizar o desejo que quiser se vencer o torneio... oh... até mesmo tirar essa coisa que tem plantada na sua cabeça! HAHAHA!

Carol: O que?

Filia: Já chega! Cansei desse cara!

Mas antes que Filia pudesse rasgar o pescoço do outro com aquelas armas antigas, Joker acabou virando um punhado de bolhas de sabão que flutuavam e estouravam assim que tocavam em qualquer superfície.

Samson: Que jeito bizarro de ir embora!

Filia: Pelo menos ele se foi... o que tem nessa gente que vive entrando na nossa casa, heim?

Filia baixou as lâminas e as deixou apoiadas em uma das paredes.

Ela veio até a mim e me abraçou bem forte, estando muito preocupada comigo. Ela sempre ficava assim quando alguma coisa me ameaçava. Esse carinho todo é algo que eu amo de verdade vindo dela. Me sinto protegida e querida e me faz esquecer das coisas ruins que já me aconteceram. Mas eu a confortei naquele momento dizendo que estava bem. E lhe mostrei o convite.

Enquanto o café era devorado com gosto pela Filia e seu Theon, nós comentávamos sobre o que aquele cara quis dizer com “coisa plantada na minha cabeça”.

Samson: Aquele cabeça de cérebro não tinha controle sobre você?

Filia: Será que você ainda está com isso aí? Não seria melhor fazer um raio-x para ter certeza?

Carol: É uma boa ideia. Acho que minha mãe pode nos ajudar com isso.

Naquela hora eu sabia que estava tudo decidido. Era um dia de folga para a Filia no trabalho, então, eu poderia passar um tempo com minha mãe também. Depois que arrumei tudo na cozinha e tomei um banho, estava pronta para ir fazer uma visita aos meus pais em Orchid Bay. De Blighford para lá levou quase duas horas, mas foi uma viagem tranquila.

Em casa, as duas pessoas que eu deveria ver primeiro não estavam. Lilith e Yue haviam saído. Enquanto eu arrastava a Filia comigo, evitando de que ela fosse checar o que estava sendo preparado para o almoço, encontrei com a minha mãe e expliquei rapidamente que precisamos acessar os setores inferiores daquela enorme mansão de Resident Evil 1 que ela vivia. Sim. Achei que minha mãe fosse achar ruim a ideia de usar a ala médica especial de casa, mas...

Dean: É meio repentina essa história, não acha?

Carol: Sei, mas é só pra termos certeza.

Dean: Concordo. E já que estamos descendo aqui e você está meio que decidida a participar desse torneio... acho que está na hora de colocarmos para teste o novo modelo de Buer Driver!

Carol: oh, é mesmo! Ele já está pronto?

Dean: Eu fiz as melhores modificações que eu poderia baseando-me nas plantas da criação do antigo.

Quando finalmente chegamos lá, minha mãe nos guiou. Eu fiquei bastante animada de saber que vou ter um novo Buer Driver, desde que o último se autodestruiu por ter sido danificado em... ocasiões não muito agradáveis de se recordar.

Dean: Aqui. Ele está nessa maleta!

Minha mãe mostrou uma maleta de ferro imensa que parecia bem pesada.

Carol: Bom, não acha que essa maleta é grande demais para uma menina pequena como eu sair carregando por aí?

Samson: É. As chances de malandros pensarem que tá cheia da grana é alta e a palitinho ser roubada.

Carol: Hey! Para com isso! Palito uma ova! Mas... o que ele disse é verdade. Isso chamaria muita atenção pra cima de mim.

Dean: Não se preocupe, baby-girl. Eu só fiz essa maleta porque eu não tinha outra coisa grande o bastante para colocar o seu novo Buer. Você pode usar a case do seu violoncelo. Ainda a tem, não tem?

Carol: Sim. É claro. ^^

Dean: Ótimo. Quer fazer o teste drive?

Carol: Bem... já estamos aqui, não? ^^

Eu me distanciei de Filia e da mamãe Dean naquele momento. Abri a maleta e notei que ele era diferente até mesmo na sua coloração. Eu fiquei até surpresa ao ver que ele se parecia muito com o original, com um cabo de ossos e fibras que serviriam perfeitamente na ligação que eu tenho na minha coluna vertebral.

Carol: Faz tempo que eu não me sinto completa sem um Buer Driver. Espero que isso não desperte novamente a minha agressividade.

Filia: Ele parece mais pesado do que o anterior.

Dean: E é!

Eu segurei a base do cabo de ossos e conectei o Buer Driver na minha coluna. Na hora, meus olhos brilharam em um vermelho intenso, como se eu fosse uma máquina sendo ligada. Era estranho eu ter esses “efeitos sonoros especiais”, mas... sinceramente, eu não sei o que dizer bem sobre isso. E não, eu sou não uma máquina! Ò-ó

Assim que eu me conectei a esse novo Buer, senti as lâminas ninjas se abrirem em uma enorme shuriken de vento pintada nas cores preta e dourada. E logo, eu podia sentir novamente aquela ligação de antes com o meu parasita, ele entendendo os meus sentimentos e eu os comandos dele. Ele parecia até mais inteligente que o anterior, reconhecendo imediatamente que o local onde eu estava era amigável e desfazendo a sua “postura ofensiva”. No entanto, as lâminas permaneceram abertas como enormes hélices de helicóptero pregada nas minhas costas.

Painwheel: Uau... eu me sinto... mais poderosa de algum modo.

E minha voz engrossou. Eu havia me transformado na Painwheel novamente.

Filia: Essa voz dela me dá medo, sabia?

Dean: Eu também não a gosto de ouvir falando assim. A voz normal dela é doce e engraçada.

Filia: Sim, parece até mesmo um desenho animado fofo falando.

Painwheel: Ei, eu ouvi isso! Parem de zombar da minha voz!

As duas deram risada. Mas logo a minha mãe deu um passo a frente enquanto olhava bem interessada ao projeto dela.

Dean: Há algumas coisas que você precisa saber, querida.

Painwheel: Sim. Me fale das atualizações que você fez!

Dean: Esse renascido Buer segue a base principal de seu antecessor, um cabo de ossos com lâminas cata-ventos que é ligada a sua coluna vertebral, garantindo uma poderosa sincronização de alma entre o hospedeiro e o parasita sintético. Ele é mais inteligente e contém upgrades de antigas variações que também vim trabalhando para você.

Ela deu a volta por mim, para olhar melhor as lâminas e principalmente o crânio de caveita que ficava ao centro delas.

Dean: Ele foi moldado com um novo metal, esse que é nativo do meu planeta. Eu derreti algumas das minhas antigas armas para formar o corpo dele. Ele é preto em natureza, mas pintei algumas partes em dourado para elaborar o design da nova Painwheel. Ele é muito resistente contra fogo, é também um ótimo canalizador de energia, aperfeiçoando seus ataques e defesa.

Painwheel: Ele parece mais pesado e forte. Eu gosto disso. Significa que seu poder de destruição é muito maior do que o esperado.

Dean: Eu ainda não terminei. U-u

Painwheel: Oh, desculpe.

Dean: O corpo deste Buer é moldado por vários pequeninos componetos, quase como micro robôs que reconstituem o seu corpo, principalmente as suas lâminas. Eles funcionam em conjunto com a I.A do Parasita Sintético, através de um neurotransmissor. Isso foi feito para garantir a integridade do armamento após várias explosões de falhas.

Samson: Então você explodiu essa coisa? Heheh

Filia: Samson, quieto!

Samson: Até parece que você está entendendo alguma coisa da conversa.

Filia: I-isso não vem ao caso, ok? U-u

Dean: Como eu dizia... ele possui um mini reator na cabeça, um pequeno dispositivo que repassa essa energia para o funcionamento, ele também absorve as descargas elétricas que Carol pode gerar durantes seus ataques para se recarregar. Para que não haja dependência da menina e nem uma sobrecarga, ele funciona a base de energia solar. Em caso de sobrecarga, Buer tem uma diretriz simples: ele expulsa o seu pequeno reator para fora do corpo após se desmanchar, reiniciando o seu sistema dez minutos depois com a sua reserva para a sua reformulação.

Painwheel: Isso é muito bom!

Dean: Como o corpo dele se remodela, ele se tornou mais “dobrável”. Como vários organismos juntos, o novo Buer possuí uma força de combate maior, assim como uma melhor resistência.

Enquanto ela dizia essas coisas, eu aproveitei do espaço bem aberto ali debaixo e comecei a executar alguns dos meus ataques.

Dean: O trabalho em conjunto transformará o seu voo em algo mais dinâmico também, assim como seus ataques com as lâminas, formando cortes mais limpos e profundos.

Aproveitei para testar as minhas habilidades de voo, com a lâmina começando a girar tão rápido e eu me locomover igual o Tails do joguinho do Sonic.

Painwheel: Minha velocidade de voo parece ainda maior.

Dean: A extensão dele também é maior. Você pode atacar de longas distâncias sem a necessidade de aproximar-se do inimigo. E ele também aprende com o seu hospedeiro. Apesar da inteligência limitada, o Buer possui um “pequeno computador que aprende “em sua cabeça. Por conta disso ele pode associar melhor as bases dos comandos e elaborar melhores análises de batalhas.

Samson: Você não acha que está facilitando demais para a baixinha?

Dean: Mesmo assim há alguns cuidados que ela precisará ter. Os micros robôs moldados pelo metal negro conseguem absorver a energia solar, garantindo seu funcionamento, porém, Carol não deve esquecer de deixá-los a mercê do sol. Apesar do reator que repassa energia para esses pequenos componentes do seu corpo, Buer só utiliza essa função em caso de extrema necessidade. Carol, agora desça querida!

Aterrissei novamente, mas de frente para a minha mãe.

Dean: Eu aproveitei e fez esse manual de “Como utilizar o Buer Driver – Buzzkill!”

Painwheel: Você fez um manual?

Dean: Sim. Se eu fosse falar de cada detalhe aqui, você ia passar a tarde toda me ouvindo falar! Então, tudo detalhadinho está nesse manual aqui. Pegue! Leia! Aprenda a usar seu novo brinquedo, porque ele me custou muito caro e trabalho. U-u

Painwheel: Ah... tudo bem.

Aquilo era muito bacana. Eu teria que modificar a minha vestimenta para combinar com a cor do novo Buer Driver. Mas esse era um assunto menos importante naquela hora.

Expliquei para a minha mãe que mais cedo tive um pesadelo com o Skull Heart. E depois que um estranho palhaço entrou na minha casa e me entregou o convite para o torneio. Ela parecia saber bastante do castelo, mencionando uma coisa que eu havia deixar passar batido quando conversei com aquele tal de Joker; que o castelo apareceu do nada na floresta, como se fosse um passe de mágica. Isso pareceu ainda mais suspeito, combinado ao fato de que tem pessoas desaparecidas pipocando a rodo nos noticiários.

Filia comentou sobre uma coisa que Joker dissera, de ter um negócio ainda plantado na minha cabeça e por isso eu queria ver para a ala médica da mansão. Ela concordou em fazer o raio-x da minha cabeça. E os resultados foram realmente interessantes.

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Dean: De fato... tem uma coisa aqui... Mas... eu diria que seu esqueleto é bem interessante. Essas veias estão até nos seus ossos.

Painwheel: Deve ser o Gae Bolga. Não?

Filia: Eu fiquei curiosa pra saber como o Samson fica na minha cabeça.

Samson: Melhor não. Depois você não dorme a noite.

Filia: Ahhn...

Dean: É. Tem de fato um dispositivo bem no centro da sua cabeça. Eu posso fazer a remoção dele se você quiser.

Painwheel: Mas?

Dean: ... você não vai poder participar do torneio se eu tirar isso. Vai ter de ficar de repouso. Não será uma cirurgia complicada, mas mesmo assim é delicada.

Painwheel: Hm... é melhor não. Por hora.

Filia: Mas Carol, você não disse que era assim que a Valentine tinha controle de você? E se esse torneio for uma emboscada para te capturar?

Painwheel: Mesmo assim... não seria certo eu abandonar o torneio. Algo me diz que eu tenho que ir ver isso por mim mesma.

Filia: Se quiser, eu participo para você. E você tira essa coisa da sua cabeça, tudo bem?

Painwheel: Não. Se o Yue e a Lilith estão envolvidos nisso, será melhor que eu vá.

Dean: Como é que é?

Painwheel: Eles não contaram?

Dean: Não!

Samson: Caguetou seus irmãos, que vacilo hein, magrelinha?

Dean: Ah, mas não vou deixar esses dois saírem assim não!

E a minha mãe saiu de cena. Eu me levantei e sai da mesa de raio-x. filia segurou minhas mãos naquele momento e me olhou profundamente.

Filia: Tem certeza que não quer tirar esse negócio na sua testa?

Painwheel: Eu tenho. Vou ficar bem, prometo!

Filia: É um castelo bem grande, pelo o que fiquei sabendo. Quer que eu lhe faça companhia?

Painwheel: Primeiro eu verei se não é uma armadilha. Se não for, eu te busco.

Pisquei para ela. E depois nos beijamos.

Mas não ficamos muito tempo ali embaixo.

Junho, 2020

A abertura do castelo ao público atraiu muita gente curiosa e acabou sendo um sucesso entre as famílias e os amantes das lutas. Haviam cartazes com as fotos de cada um dos participantes espalhados pelos arredores da instalação, lembrando a todos que das demais atrações do circo, o evento principal deles seria o torneio que desenrolaria.

Haviam telões espalhados para todos os lados, para que todos pudessem acompanhar as lutas ali de dentro, de onde estiverem. Pois, de acordo com as regras, era proibido que o público se aproximasse das arenas onde as lutas seriam disputadas. Eu achei isso suspeito... pois era normal ter pessoas por perto, assistindo, torcendo, gritando nossos nomes. Mas agora... sem ninguém por perto... tinha uma sensação bem diferente.

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Eu estava ali já como Painwheel. Minhas roupas agora estavam pretas, assim como a máscara, para combinar com o meu novo Buer Driver. E eu fui passando por entre as pessoas, que iam se afastando de mim naturalmente. Alguns pensavam que eu era alguma atração daquele circo, já que eu parecia uma aberração daquele jeito. Os comentários que ouvi não me atingiram, estou acostumada a ser reconhecida como um monstro mesmo. Mas as crianças, por alguma razão, achavam o meu visual bem descolado. Eu tive que me afastar delas, pois não queriam elas tocando em mim e nem no Buer Driver.

Painwheel: Como são irritantes... grrr....

O convite instruía para esperar num salão especial, onde todos os participantes do torneio deveriam se reunir. Quando abri a porta dupla, eu vi que se tratava de uma sala de troféus hexagonal e com vista para a cidade. Era uma sala bem bonita e organizada, com treze sofás disponibilizados e cabeças de variados tipos de animais empalhados pregados nas paredes. Elas pareciam bem reais, o que me fez pensar que talvez o taxidermista do dono do castelo seja um dos melhores do mundo mesmo.

Eu fui entrando sem dizer nenhuma palavra e senti que algumas pessoas que estavam trabalhando ali, com a organização de bebidas e aperitivos, ficassem me encarando sem saber se me cumprimentavam ou se saiam correndo. Como eu estava com os trajes de Painwheel, com a máscara e mais o Buer Driver, aquela enorme arma ninja pregada nas minhas costas, era esperado que inicialmente ficassem sem reação. Apenas acenei para eles com a mão e depois, escolhi uma das poltronas para me sentar. Eu aguardaria pelo restante dos participantes chegar. Enquanto isso... era apenas eu e meus pensamentos. Digo... eu e a minha outra metade.

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Yue Yagami
Yue Yagami
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Sáb 8 Ago 2020 - 23:41

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RESIDÊNCIA DOS YAGAMI – ORCHID BAY.

— Yue? Yue? Yuuuuue? Menino acorda. Você não pode passar o dia todo na cama. — A voz que o chamava era gentil. Carinhosa. Havia uma entonação de preocupação, mas nada alarmante ou que dissesse para o rapaz que ainda estava acordando que ele precisaria sair da cama. A voz veio baixa a seu lado direito, enquanto o outro estava afundado em seu travesseiro. Estava tão bom. Quentinho. Ele não tinha vontade nenhuma de acordar. Não queria se levantar. Os sonhos eram bons demais para serem perturbados, mas ninguém podia dormir para sempre. Não enquanto um coração batia em seu peito. Uma hora você tem que se levantar. Gostando ou não, todos tinham que se levantar.

— Eu... Eu... Não posso ficar aqui por mais uns minutos...? — Perguntou o rapaz por debaixo das cobertas pesadas e xadrezas, com quadradinhos brancos e verdes.— Eu queria descansar um pouco mais.

— Mas querido, você ficou ontem aqui fechado, não pode ficar mais um dia. Tem que tomar um ar. Se distrair. Seu corpo ainda dói? Tomou os seus remédios?

— Sim mamãe... Eu já fiz isso tudo... Eu só quero aguardar o efeito... Pode ser?

— Está bem, mas assim que o café estiver pronto, você desce, está bem?

— Tudo bem...

Ele ouviu a mulher de madeixas longas e acastanhadas sair do quarto. Ela fechou a porta suavemente, para não incomodar o repouso dele. Yue não repousava, ele não tinha sono, ele não sentia nada, mas isso era por que ele não era Yue Yagami. O menino dormia, dentro de si, restaurando as forças que andou usando nos últimos cinco anos. Só que ninguém identificava a presença de um ou de outro. Ninguém sabia quando um entrava e o outro descansava. Siwäng removeu os cobertores pesados sobre o seu corpo. O calor era formidável, mas ele se sentia incomodado demais com aquela coisa baforenta sobre ele. Como o seu lado bom, o seu aspecto mais dócil suportava isso sendo que eles eram quentes?

— Siwäng, seu tolo, o garoto não sentia isso.

Era verdade. A figura de Yue Yagami não sentia esse calor. Era a metade fraca. O resquício de bondade que ele vivia tapiando para tomar controle até que eles entraram num acordo, mas a situação não estava favorável. O menino não tinha capacidade para sustentar o corpo deles, novamente eles voltaram a tomar uma remessa de remédios que prometia prolongar a vida deles por um tempo mais, tratar da saúde instável que eles tinham, mas era uma balela. Um pequeno pedaço de alma não podia sustentar uma estrutura como a deles.

— Essa rotina é entediante. Como alguém consegue viver uma vida tão deprimente?

O rapaz levou a mão a cabeça, coçando a nuca enquanto se dirigia a uma porta cinza ao lado esquerdo do quarto. Ele abriu-a sem paciência enquanto dirigia-se para o espelho, olhando o seu reflexo. Siwäng, ou melhor dizendo, Yue Yagami, passou a mão esquerda pelo seu queixo liso, olhando a sua pele pálida e notando uma mudança na coloração de seu cabelo. Nos últimos meses o castanho escuro havia atingido uma coloração escura a ponto de voltar a sua entonação negra, mas agora havia algo novo: as pontas de seu cabelo estavam esbranquiçadas, um sinal claro de que ele e sua parte “boa” estavam aos poucos se ligando novamente, mas também era um presságio de que ele estava passando mais tempo movimentando o corpo do que o menino. 

As recaídas que o corpo costumava a ter era uma fonte de drama para ele. Os repousos que considerava desnecessários serviam para ele tragar a criança para o seu mundo particular e educar ele no uso de habilidades que eles tinham e ninguém podia os ensinar. Também servia para compreender a ressonância da alma, cuja a força que prevalecia com ele era o que sustentava os dois para uma vida normal. O fragmento pequenino era poderoso, mas o poder que residia nele não fornecia o necessário para a máquina corporal começar a trabalhar com eficiência, mas para não trazer mistérios e nem elevar perguntas, Siwäng entrava no processo de encher um copo de água com a água da torneira, tirar os frascos de dentro da primeira gaveta da pia e engolir pílula por pílula para encher o seu corpo do que eles achassem necessário.

Ele não reclamava de tomar elas. Todos tinham o gosto de balinha de yogurt de morango.

O rapaz desabotoou a camisa do pijama azul com listras negras. Seu outro lado tinha um gosto estranho por roupas listradas ou xadrezas. Deu de ombros assim que a removeu, e moveu os braços, realizando movimentos circulares. Yue não era um rapaz magricela, e nem musculoso, ele tinha um porte atlético, que estava a ponto de finalmente perder as marcas de sua recaída, os tracejos de sangue e nódoas roxas que indicavam que seu corpo começava a sofrer. A última vez que ele se lembrava que esteve mal, foi quando ele passou várias noites colocando para fora de seu ser os malefícios, mas passado era passado e Yue vislumbrava tomar um banho de água morna para acordar.

Com as roupas postas dentro de um cesto branco que mais parecia um baú, o rapaz caminhou até a banheira, vendo os adesivos grandes de lagartixas espalhados pela parede, e abriu a água quente apenas e adentrou-a, puxando a cortina vermelha para se prevenir de uma de suas irmãs, ou até mesmo a mãe aparecerem ali com tudo e o pegar desprevenido. O rapaz jogou os braços por cima da beirada da banheira e ficou assistindo a água quente cair. Por um breve momento, Yue parecia submerso na visão da água escaldante cair até que se lembrou que tinha de jogar a espuma e outras besteiras ali dentro. Preguiçoso e impaciente, Siwäng derrubou o sabonete e virou a coisa que iria dar espuma e cheio na água, batendo na tampa e derramando o produto.

— Isso é muito doce. — Reclamou o rapaz depois de inspirar fundo. — Tem cheiro de... Talco? Que diabos é isso. — Ele olhou curioso para o pote, parecia coisa de criança. — Quem foi que comprou uma coisa dessa para um marmanjo? — O moreno pensou um pouco, então a resposta veio com rapidez. — Mãe. — Colocando o pote em cima da prateleira e voltando a se encostar na banheira, ele aguardou ficar todo coberto e desligou a torneia com uma peculiaridade sua: uma calda longa e preta, que ele sempre amarrava em volta de sua cintura. Desde que Siwäng havia conseguido controle total, a calda que foi arrancada de Yue havia voltado a crescer lentamente e hoje tinha até funcionalidade, mas apenas para ele. — Calor... Finalmente um pouco de paz.

Mas paz não era uma coisa que quem carregava o sobrenome Yagami conseguia. Se houvesse um dia que eles pudessem relaxar, era para passar o resto da semana cheio de dúvidas sobre o que de tão grave poderia acabar surgindo para eles. Yue não era exceção, mas queria desfrutar um pouco daquele relaxamento, podia até dormir, mas não se arriscaria a quase se afogar de novo.  Ele contou até vinte para alguém surgiu e como ninguém apareceu, afundou-se na água, derramando um pouco para fora da banheira e encarou o teto dentro d’água após afastar um pouco de espuma.

Sentir-se vivo... Estar vivo... Era uma coisa muito diferente. Antes mesmo do chamado para voltar ao mundo dos vivos, Siwäng nunca foi de fato uma criatura de carne e osso. Essa possibilidade lhe foi roubada e por um tempo impossível de se calcular, ele tornou-se uma força, algo que vagueava por universos, sem nunca estar vivo, sem nunca estar morto de fato. O moreno juntou as mãos sobre a barriga e segurava o ar. Respirar era outra coisa estranha para se fazer, mas de tudo o que ele tinha como vivo, o que ele mais achava esquisito de fato era comer. Alimentar-se.

O ar ia embora em pequenas bolhas que ele liberava de vez em quando. As horas podiam passar, não tinha problema, mas Yue não era tolo, ele iria erguer-se logo e sabia que não ficou mais que alguns minutos ali embaixo. Não demorou para se levantar e olhar para a torneira e ver parte de seu reflexo. Seus olhos que antes eram um dourado e o outro verde, estavam completamente vermelhos e em uma coloração muito viva. Era um sinal claro de que havia se recuperado. O rapaz inspirou fundo e pegou o sabonete, começando a se lavar. Mas espuma vai, espuma vem, Siwäng começou a se sentir incomodado.

Não era difícil para ele se sentir fora de órbita quando havia algo deslocado. A criatura virou a cabeça lentamente em direção a porta e afastou um pouco a cortina para ver se havia algo consigo no banheiro, mas sua atenção logo se voltou para água e eis que ele viu algo interessante, em uma das bolhas próximo de seu joelho esquerdo, tinha a face de um palhaço. No início ele pensou que fosse um de seus Obscuriais querendo fazer arte, mas logo notou pela roupa escarlate com alguns entornos enegrecidos e detalhes dourados. Yue pendeu as duas sobrancelhas, mas logo elas caíram em um semblante zangado.

— Quem é que me perturba em meu silêncio?

— Ooooh! Eu fui pega!

— O que quer aqui criatura?

— Calma, calma, calma! — A voz dizia enquanto a bolha era erguida para ficar à altura do rosto do rapaz, especialmente a altura de seu olho esquerdo. — Meu nome é Harlequin! Eu tenho um presente para você!

— Um presente?

— Você está convidado a entrar em um torneio!

— ....

— Não está animado?

— Por que eu estaria animado?

— Por que se você chegar no prêmio final... VOCÊ PODE PEDIR O QUE QUISER! Pense na possibilidade de você finalmente juntar-se com esse seu ladinho bom e não ter que se preocupar com uma saúde ruim?!

— E você veio aqui me entregar isso por que eu sou especial e algum clichê a mais?

— Bom, não!

— Então?!

— Te achei interessante.

— Vê se acha outra pessoa para incomodar. — Ele estourou a bolha, mas logo a cortina da banheira se abriu, e o palhaço estava se sentando a beirada.

— Que coisa feia de se dizer para uma pessoa!

— Você tá no meu banheiro e invadindo a minha privacidade, eu deveria te jogar pela janela.

— Mas que menino birrento! Olha só! — Ela tirou um saquinho do bolso, e dentro dele estava um convite, na verdade, um envelope escarlate com um selo dourado. — Vê se não molha e não perde heim! É o seu único convite! E lembre-se do que eu disse! O prêmio pode te levar para qualquer lugar! TRAZER E FAZER QUALQUER COISA QUE QUEIRA! HIHIHAHAHAHAHAH!

Ela sumiu assim que ele pegou o saquinho e pendeu as duas sobrancelhas.

— Isso aqui é Zip-Lock? — Ele olhou curioso.

•⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅∙∘☽༓☾∘∙•⋅⋅⋅•⋅⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅

Ainda naquela manhã, mas alguns minutos a mais após a saída da misteriosa figura, Yue se encontrava sentado a mesa, olhando o que havia para o café da manhã e já sabendo o que não iria entrar em sua boca. O rapaz notou que não havia ninguém mais a mesa, muito provavelmente ainda não foram acordados, ou estavam fazendo alguma coisa mais importante naquela manhã. Seja o que fosse, Yue pegou um prato, encheu de waffles e outras gostosuras e derrubou o quanto conseguiu de caldo em cima dele. Tomou um cargo e uma faca para si e começou a se alimentar.

Era difícil ter um café da manhã tranquilo. A casa toda quando se reunia transformava naquela mesa de café da manhã numa conversação toda que quase ninguém se ouvia direito. As meninas sempre tinham algo para contar, o irmão tinha algum jogo novo e emocionante para dizer, o velho Yagami sempre botava ordem em algo, e a mãe gostava de ouvir todos, e agora para melhorar, os bebês estavam finalmente aprendendo a se comunicar com palavras, além de gritos e risadinhas, e queriam a todo custo fazer parte de todas as conversas deles.

— Hmmmm.... — Yue comeu em paz. Aproveitou cada garfada com gosto. Pegou até mesmo uma maçã e alguns pedacinhos de melão para completar o seu café de ovos e salsichas e melado. Ele se levantou, deixando o prato e as coisas em cima da mesa, e saiu tranquilo, lambendo os dedos sujos de mel até que parou ao ouvir uma pequena discussão vinda no hall da “casa”.

— Como assim você e seu irmão foram chamados para um torneio misterioso?!

— Então, eu recebi o meu faz uns dois dias eu acho... Eu pensei que isso fosse sei lá, mais uma besteira.

— E de quem você recebeu isso?

— Uma coisa em vermelho que surgiu no meu quarto.

— ENTROU NO SEU QUARTO COM A SUA IRMÃ E VOCÊ NÃO DISSE NADA?!

— Bom, não aconteceu nada, ele me acordou, bateu um papo e me deixou esse convite. Disse que se eu participasse seria maneiro, e eu teria uma ótima recompensa. Eu pensei no seguinte, tô fazendo nada mesmo, por que não?

— O que você tem na sua cabeça menina?!

A discussão era proeminente de duas forças difíceis de serem lidadas na residência: Coroline a mãe e Lilith a filha. Lilith era o tipo de personagem que deixava qualquer pai e mãe preocupados pela forma de agir e lidar com a vida. E Dean era a mãe preocupada que sabia muito bem o que poderia acontecer com as suas crias se eles simplesmente esquecessem de se cuidar e fossem descobertos por quem não deveria. As duas sempre acabavam discutindo sobre algo. Lilith parecia nunca estar preocupada com nada, sempre fazia algo escondido e só dizia o que queria, e quando achava que tinha de dizer.

— Nada de mais, é só um torneio.

— Com alguém que apareceu aqui do nada.

— Isso é preocupante.

— IMAGINA! É super normal!

O rapaz parou de mastigar a fruta que havia pego antes de sair da mesa e arregalou os olhos minimamente. Sua irmã também iria participar do torneio, logo, ela deveria saber também saber que ele iria não? No entanto, algo bateu na cabeça de Yue, um pensamento simples e meio conflitante: quem falou para a mãe que eles iriam, se Lilith não foi, já que tinha uma expressão confusa no rosto. Ele deu um passo para trás, voltou a cozinha e deu passos apressados para dar a volta da mesa e sair pelo outro lado, direto na sala de estar e passou pela porta dupla para a varanda, fugindo do interrogatório que estava o esperando.
⋅•⋅⋅•⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅∙∘☽༓☾∘∙•⋅⋅⋅•⋅⋅⊰⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅⋅•⋅

NO MEMORY CYRCUS.

— Você acredita nisso?! A CAROL DEDUROU A GENTE! — Uma figura ruiva e baixa próximo do rapaz reclamava, enquanto os braços estavam jogados para trás do corpo, por cima da cabeça e com as mãos apoiadas em sua nuca. — Eu vou falar uma coisa, ô garota cagueta, eu juro que ela me paga! — Lilith resmungava furiosa. Ainda não acreditava que estava sob vigilância e olhos astutos dos pais.

Lilith não era a única mal-humorada entre os dois irmãos. Siwäng não estava no seu melhor dia. Sua escapada há uns dias de tomar uma escolta da mãe não foi muito boa. Ele infelizmente caiu nas mãos do velho Yagami e foi uma longa conversa, principalmente por receber várias dicas ou coisas sobre torneios, afinal, era o primeiro torneio do Yue, e a família Yagami deveria sair vencedora, invicta. Só que ele não estava ali para isso. Ele queria saber mais do prêmio. Depois de pensar muito, ele parecia útil para o seu próprio propósito.

— Guarda esse fogo para o campo de batalha. Olhe lá. — Ele apontou para os outros participantes que assim como eles dois, tinham cartazes e até surgiam nos telões. — Nós temos gente nova na área, e acho que nenhum deles está aqui por brincadeira.

— Não conheço eles.

— Eu também não. Vamos ver o que acontece. Eu tô curioso. Quero saber sobre o tal prêmio.

Os dois entraram no Castelo, e dali em diante, nada seria normal de novo.

— Ô Traíra! — Lilith chamou a irmã assim que ela a avistou. — Fica esperta, X-NOVE NÃO DURA!
✬Lιℓιтн✬Tнε✬Ƒιяєнαωк✬
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Aventureiros
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Qua 12 Ago 2020 - 17:24
Lilith-logo.png


– Ô traíra! Fica esperta, X-NOVE NÃO DURA!

Uma voz forte e feminina ecoou pelo saguão fazendo todos olharem para ela. A figura que apontava o dedo indicador em direção a lutadora mascarada não era ninguém mais que Lilith Yagami, sua irmã mais nova e extremamente aborrecida. Não deveria ser incomum que alguns torneios começassem de forma explosiva dessa forma, mas deveria ser engraçado o foco do participante mudar tão intensamente. Até uns dias atrás, Lilith tinha em mente adquirir o prêmio para si e fazer altas coisas com ele que beneficiariam ela nessa mundo afora, no entanto, isso tudo mudou quando Carol chegou em casa, dedurando ela e o irmão dela Yue (que até então a própria ruiva não sabia que iria receber), o que resultou da mãe do trio ir para cima dela que deu um baita azar de estar descendo as escadas enquanto ela ia buscá-los para puxar as suas orelhas.

Os mais novos estavam tendo a sua primeira participação no mundo das lutas, ou seja, publicamente falando, Lilith e Yue Yagami concorriam em seu primeiro torneio, e visualmente isso na visão de Coroline a mãe, é ruim, mas não adiantava argumentar com eles. Lá estavam os dois no saguão, olhando para toda aquela gente, sendo filmados e bem visualizados por todos.

Lilith agora tinha como foco pegar Carol e seu novo aparato na luta. O prêmio podia ficar de lado, o que ela queria era vingança.

— Você me paga! — Exclamou a garota de calça marrom e regata amarela. As luvas de couro em suas mãos não tinham os dedos, estavam cortados, mas o que mais impactava a presença de Lilith, não eram as botas marrons com placas de metal a frente do joelho e que desciam até os pés, e sim o seu penteado único e elevado, onde a sua franja que costumava a ficar do lado direito, estava toda elevada, como um cabelo arrepiado e único, como também as estranhas marcas azuis do lado esquerdo de seu corpo que pareciam e muito tatuagens tribais que nasceram com a garota. — Te prepara!

Os repórteres olharam para aquela figura imponente e furiosa. Alguns se afastaram quando notaram as marcas azuladas ficarem alaranjadas e depois vermelhas como se estivessem pegando fogo, e o olhar amarelado, cheio de raiva e pronto para uma explosão. Lilith passou direto, seguindo as instruções que havia lido no convite para a sala de troféus. Para a falar a verdade, ela não lembrou dessas instruções, tudo o que fez foi é seguir Yue que decidiu perguntar para uma das pessoas próximas onde eles deveriam ir. Chegando lá eles conheceram o responsável pelo o evento, ou quem Lil (Lilith) acreditava que era.

A Siren se encostou na parede mais próxima da entrada, pronta para dar um pontapé em Painwheel ou colocar o mesmo na frente dela para começar a sua trama birrenta enquanto ouvia o que o homem tinha a dizer. A voz de Valeth não agradou a garota que encarava a figura anfitriã. Tinha algo de errado naquele homem, Lilith não sabia explicar, mas era quase como estar na presença de Handsome Jack, muito convidativo, tudo muito... Bom.

— Devo acreditar que está tudo bem? — Falou a ruiva para si mesma.

Isso lembrou Lilith do dia em que uma figura pareceu em seu quarto.


DIAS ATRÁS NA RESIDÊNCIA DOS YAGAMI.

Era bem tarde quando algo adentrou pela janela o quarto grande que era dividido por duas garotas. Havia uma divisória invisível entre elas, um lado era totalmente azul enquanto o outro era rosa. Alice a mais nova e ainda menina estava dormindo com seus bichos de pelúcias e em seu lado azulado, já o rosado, era de Lilith, a Siren e cheia de marra, que se escondia debaixo do edredom. Nenhuma das duas lembrou de fechar a janela, ou simplesmente não fizeram isso por preguiça. Graças a esse esquecimento, Clown adentrou o quarto das meninas.

Ele primeiro olhou todas as coisas fofas que haviam ali. Tudo digno de meninas mimadas e bem queridas. Ele olhou para a cama azul e depois para a rosada. A menina na azul não parecia ter medo de ter seu rosto a amostra, ela estava tendo sonhos gostosos por baixo daqueles fios castanhos bem escurinhos que cobriram o seu rosto, então ele finalmente focou-se na cama rosa, e devagar, bem travesso ele se dirigiu a ela, cutucando onde deveria estar a cabeça da menina ruiva.

— Ei! Oi! Psiu! — Ele a chamava a cada cutucada esperando que ela fosse tirar a cabeça para fora, querendo olhá-la para entregar o convite e encerrar a missão. — Menina ruiva dos olhos amarelos, quase dourados. — Escuta aqui mocinha, tem que acordar, tenho o dia todo não!

Ele era um palhaço não muito diferente do seu grupo, vestido de vestes vermelhas, negras e com entornos dourados, Clown também possuía uma máscara com um sorriso fechado, mas largo quase como uma meia lua pintada. Em sua face havia um nariz vermelho que fazia jus as antigas fantasias de palhaços tradicionais, mas havia algo nesse bobo da corte que não o tornava amigável: olhos vermelhos com um imenso fundo negro, e o aspiral desenhado em sua máscara não tornava a visão tão agradável.

— Menina acorda! — Ele elevou um pouco a voz para não acordar a criança do lado dela, e decidiu dar um tapa na coberta para ver se a ruiva acordava e de fato Lilith acordou, não só acordou como chutou por baixo da coberta. — AU! QUE ISSO!

— Quem é que está aqui hein? — Lilith tirou um pouco a cabeça para fora do edredom e então encarou o palhaço. — Hmmm... — Ela olhou para a irmã dela, depois encarou o desconhecido. — E aí?

O palhaço da Corte Escarlate encarou a ruiva estranhando a reação dela para consigo. Ela deveria estar levantando no pulo, saltando surpresa de uma presença desconhecida, mas não era a reação mais esperada vinda de Lilith. Ela mesma estava acostumada a aparecer do nada e assombrar os outros por aí. A Siren se recolheu e então se sentou, esfregando os olhos.

— Bom, eu tenho um presente para você!

— Eu espero que seja dinheiro, por que se não for eu vou enfiar uma bala nessa sua cara esquisita.

NA SALA DE TROFÉUS DENTRO DO MEMORY CIRCUS.

A imagem do palhaço que havia vindo a mente de Lilith desmanchou-se assim que ela começou a ver os novos participantes adentrando o local. Ela ainda conseguia se lembrar exatamente do que a pessoa escarlate lhe disse sobre a premiação e o que podia ser feito, mesmo assim, Lilith não iria considerar o convite até ser dedurada, entrando na birra e também, por causa de seu irmão mais novo que olhava atentamente para tudo.

— Veremos no que isso dá.


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Ƒυkυα
Ƒυkυα
Orientadores.
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Qua 12 Ago 2020 - 20:21
Fukua-Portrait.png


MEMORY CIRCUS 



fukua-s-snack-by-micro-mike-d96fdwm-pre.jpgO som da chuva era forte lá fora e os trovões ao longe deixavam o clima ainda mais amedrontador naquele começo de noite e isso era propício para uma série de zumbis! Fukua estava sentada no sofá de sua casinha um pouco mais afastada da cidade de Mistic Falls, era um ambiente pequeno que tem o básico de uma casa: quarto, sala, cozinha e banheiro. No quarto, apenas um colchão de cama de casal já mostrando que já tem uma idade bem avançada e um pequeno armário onde Fukua fazia questão de guardar suas roupas de colegial - sendo que um dos conjuntos ela roubou de Filia quando invadiu sua casa - e outras roupinhas que ela só usava quando queria passear. Na sala, um sofá antigo e bem longo, localizado no centro do cômodo e de frente para uma Smart TV de 50 polegadas que ela e Shamone roubaram de uma loja junto com o fogão novo de 5 bocas da cozinha, a geladeira era velha e já estava na casa mas funcionava muito bem e no banheiro, tudo era muito antigo porém funcional e Fukua cuidava da sua casinha da forma que conseguia mas não tinha apego as coisas até porque nada ali ela conquistou, incluindo a casa que ela achou abandonada e decidiu ficar ali.
 
Nem mesmo a luz era um problema pra Fukua já que ela conseguiu fazer um "gato" da casa próxima até a casa dela e assim ter luz e internet e graças a isso, naquele dia chuvoso, assistir Netflix era possível e adequado graças ao clima gostoso e a pouca iluminação da casa. Fukua escolheu uma série de zumbis qualquer e fez uma bacia enorme de pipoca para Shamone e uma BEM MENOR para ela e então começaram a assistir. Fukua tem o costume de ficar bem a vontade em casa já que Shamone - diferente de uns e outros por aí - não era abusado e nem ligava para o corpo de sua hospedeira a não ser se algum nojento tentasse tocá-la pois tanto ele quanto a morena levam a sério a frase "meu corpo é um templo e ninguém entra neste templo."
No momento de que um raio se fez presente uma figura surgiu atrás do sofá e Shamone notou o perigo iminente, alertando a menina sobre a presença de alguém na sombra da sala e Fukua se ergueu, saltou por cima do sofá e assumiu uma postura de ataque com o auxilio de seu Theon que cobriu os seios da garota com parte de suas fibras e com outras partes assumia os tentáculos cortantes e as esferas de Theonita que ela emana do corpo, duas características dela quando está para atacar sua presa.
 
Fukua: Quem ousa invadir a minha casa?!
Palhaço: Suas habilidades são impressionantes de fato.
Fukua: Me bajular não vai fazer com que eu acabe com a sua vida se não me disser o que faz aqui!
Fool: Eu me chamo Fool e meu trabalho é apenas entregar este convite. Tudo o que quer saber está aí.
Shamone: O nome lhe cai bem.

Desde sua criação a dupla fazia funções distintas: Fukua distrai os oponentes enquanto Shamone os analisa para formular uma melhor estratégia de ataque porém o homem com as vestes de um palhaço apenas atirou um convite na direção da garota e ela o pegou no ar mas não tirou os olhos nem por um minuto daquele sujeitinho metido a besta. Da mesma forma que apareceu o palhaço foi embora dando uma risadinha macabra e deixou Fukua e seu Theon com uma dúvida do porque justamente eles foram escolhidos para a visita daquele ser estúpido.
Ali no sofá eles leram o conteúdo do convite que dizia que eles deveria estar em um circo que iria estrear na cidade dentro de alguns dias para ter lutas.
E claro, ela aceitou.

No dia certo Fukua partiu e observou como o circo estava cheio mas não quis olhar nos arredores já que estava bem focada em ver o que acontecia por ali na sala de troféus que é o local em que o convite dizia para os participantes rumarem e ao chegar lá a menina se deparou com alguns participantes sendo eles uma garota ruiva que aparentava ter o lado esquedo do corpo tatuado - o que Fukua achou lindo -, um garoto moreno e muito alto que Fukua nem ligou e Carol. A Painwheel era muitas coisas para Fukua indo de amiga, passando por irmã e terminando em interesse amoroso e ela sabia que como Carol e Filia são namoradas, se aproximar de Carol deixaria Filia morta de inveja!
A morena se aproximou da menina pelas costas e ao chegar perto a virou e lhe deu um forte abraço.

Fukua: CAAAAROOOLLL!!!



LAPIZU 一 N17。
LAPIZU 一 N17。
Aventureiros
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Seg 17 Ago 2020 - 22:48



LAPIZU 一 N17。

Android Maniac
"Vamos começar."


ㅤㅤㅤ  
EM ALGUM LUGAR EM ORCHI BAY 
 
 
Depois de ter chegado por essas paragens, 17 procurou informações sobre o lugar e não obteve sucesso algum.  Sem muito o que fazer, ele decidiu procurar algum tipo de ocupação para tentar se manter na cidade.  A atividade que ele fazia em sua terra natal era a de trabalhar como guarda-florestal e ele o fazia muito bem.  Já nessa grande cidade, as coisas estão sendo um pouco diferentes do que ele estava acostumado, pois o mundo que ele conhecia já se foi com a derrota da equipe do universo 7.  Ele se informou com algumas pessoas locais e graças a isso ele conseguiu arrumar um pequeno apartamento, mas em troca, ele faria serviços variados para a sindica do prédio, que gostou bastante dele e de como ele é educado e fala apenas quando é realmente necessário.
 
Atualmente
 
Era uma noite escura e fria, momento perfeito para uma pequena meditação antes de dormir. A meditação para ele é considerada um treino mental de harmonia do corpo e da mente.  Quando seguiu em frente, depois dos acontecimentos e de suas batalhas antigas, ele aprendeu  coisas bastante interessantes.  O apartamento não era muito pequeno, mas também não era muito grande e tinha o básico para qualquer cidadão, mas em meio a sala tinha um canto exato, onde 17 realiza seus treinos de pequena escala, que um deles é sua meditação.  Seu rosto se mostra pensativo e curioso, enquanto seu olhar é voltada para a janela aberta que tem uma boa visão da cidade, apesar da simplicidade da área em que vive.   Enquanto seu olhar vaga pela vista da cidade, ele observa um grande pedaço de destruição em um raio considerável, devido a algo que aconteceu a algum tempo atrás.  Os boatos disseram que ocorreu uma briga de dois homens estranhos ali, cujo um deles se vestia de uma engraçada e o outro era um conhecido local que costuma se meter em alguns problemas, mas que é muito querido pelos moradores locais, mas não muito pela policia da cidade. 
 
 
Passou um tempo contemplando a vista da cidade, mas quando este estava distraído, passa em sua frente uma figura estranha e com um ar até fantasmagórico, cômica.  A primeira reação dele foi de susto, pois ele não esperava que algo assim aparecesse em sua frente e parecia estar flutuando, já que a altura do andar de seu apartamento é considerável.  O android ficou um pouco cabreiro, pois realmente não esperava.  O palhaço flutuava próximo a sua janela, indo de um lado para o outro lentamente, como se uma atmosfera quase fantasma pairasse sobre ele, seu olhar era marcante e de certa forma aterrorizante, caso fosse encarado por aqueles de fibra moral baixa, mas o android não se intimidou.
 
17: Quem é você ?  O que faz aqui ?
Jester:  Ora Ora, temos aqui um lunático que vê coisas !  Você está falando com sua própria consciência corrompida, meu caro.   Será que sua mente lhe entregará a grande mensagem da noite ou tudo não passa de uma pequena piada de mal gosto ?
17:  Eu não sei o que você quer dizer com isso, mas agora já não importa muito. 
Jester: Você é tão impaciente assim ? Hehehehe... Trago-lhe a diversão de seus próximos dias e talvez seus últimos ?  Não se preocupe HAHA, apenas pegue esta carta.
 
A feição de 17 mudou para algo mais impaciente, mas ele se manteve ali encarando o palhaço que se afasta um pouco, levando consigo a atmosfera fantasmagórica, sendo que este lhe joga uma carta branca com um selo em forma de uma pedra preciosa e vermelha.  A carta é recebida e pegada precisamente por 17 que olha para o papel, mas logo em seguida abaixa seu braço, voltando a olhar o palhaço. 
17: . . .
A visão de toda a cena fica tão negra quanto uma noite sem estrelas e o cenário muda com 17 na posição de sua sábia meditação, mas com uma carta em seu colo.  A Janela estava aberta e o sol bem forte.  O dia ocorre normalmente com a adição desta carta recebida estranhamente do palhaço Jester e com a reação duvidosa do próprio 17. 
 
DUAS NOITES SE PASSAM 
 

Durante essas duas noites que se passaram, 17 teve visões e em uma dessas visões, ele conseguia ver aparições de uma mulher caminhando para o lado e para o outro, vez ou outra parando para observar o horizonte todo negro em volta dela.  Com o passar do tempo que parece ser longo em meio a essas visões, ele descobre algumas coisas a respeito do que ocorre, mas posteriormente ele iria se manter calado, pois ninguém iria acreditar nele e no próprio fato da visão em si, mas que ele estará pronto para ir ao castelo na noite seguinte. 

O DIA D 

17 finalmente chega no lugar correto, este havia saído cedo demais e tinha se perdido duas vezes, mas quando este chega. Ele vê algumas outras pessoas ali, algumas estranhas e outras nem tanto. Seus olhares talvez eram de curiosidade e seus Ki's bem diferentes do que ele já tinha visto. Ele se mantém sua face reservada, mas esta muda com o susto de um grito de uma moça verde, cujo se encaixa nos estranhos que estavam ali presentes, mas logo ele coloca uma das mãos no bolso e fica ali um pouco longe dos demais, pois ele prefere ser diferentão, um diferentão fraco.

ㅤㅤㅤ
ㅤㅤㅤ── Desculpe por isso.


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Sσl βαδgυγ
Sσl βαδgυγ
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Seg 17 Ago 2020 - 23:58
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— Então deixa eu ver se eu entendi. Eu tenho que participar desse torneio por qual motivo mesmo?

— Como eu disse antes, você está preso aqui! Seria bom sair, não é mesmo?

Olhos vermelhos encaravam o homem sentado no canto escuro no quarto de hotel. Ele tinha um braço apoiado por cima da mesa, segurando uma garrafa de cerveja enquanto a outra removia o cigarro em sua boca. Sol soltava aquela fumaça como se ele fosse uma chaminé ambulante, as írises que sempre tinham o castanho avermelhado agora brilhavam em um amarelo reptiliano. Ele encarava a figura de Fool, um palhaço da corte escarlate que estava sentado à sua frente e comendo o seu café da manhã.

Sol estava a poucos minutos olhando pela tv em frente a cama de casal naquele quarto escuro quando ele apareceu. O Badguy parecia não ter dado a mínima para o palhaço alegre e dançante, de máscara misteriosa e puxada. Havia somente alguns furinhos em sua boca, mas pela forma que ele comia agora, Sol duvidava se aquilo realmente era uma máscara. O homenzarrão observava a figura que lhe veio com a seguinte ideia: participar de um torneio para concorrer um prêmio que poderia e muito leva-lo de volta a seu mundo. A ideia era tentadora, mas e o preço?

Fool o palhaço escarlate abriu um sorriso para ele depois de comer mais um pedaço de um dos bifes suculentos dele. Parecia que ele estava vendo as dúvidas na mente do homem, e então se pôs a falar após pegar o guardanapo e limpar a sua boca.

— Como eu estava dizendo a você! O Prêmio é uma relíquia! Um artefato muito importante! Quem tiver acesso a ele poderá fazer de tudo! Hahahahahahaha. Você pode voltar para casa! Mudar a sua história! Se livrar dessa condição ingrata que impuseram em você Sol! Pense, pense em tudo o que pode adquirir com isso!

— Engraçado como você sabe meu nome, mesmo que eu não tenha falado nada. Bom, vamos direto ao assunto palhaço abelhudo. Qual é o preço?

— Que preço? — Fool perguntou, era claro a interrogação em sua cabeça.

— Se eu não conseguir, qual é o preço? Um castelo surge do nada, pessoas se sentem emocionada, e cá estamos eu e você, sentados nessa mesa contigo cometendo o pecado de comer a minha comida enquanto me faz uma oferta surreal. Qual é a lorota?

— Não temos lorota! É um prêmio, junto com muito dinheiro é claro... Mas eu escolhi você. Eu andei observando você nos últimos momentos. Seu embate com a morena, depois com o homem ruivo... É FORMIDÁVEL! PRECISAMOS DE ALGUÉM ASSIM NO CIRCUS!

— Então eu serei um espetáculo?

— E Muito bem recompensado! Temos de tudo lá!

E o palhaço falou... Falou e falou até uma veia saltar pela testa de Sol e ele mandar ele embora, mas não ante de ter ficado sem os seus bifes... Pelo menos a cerveja ele havia salvo, até se tocar que quando Fool foi embora, ele também havia levado a bebida do Badguy. Isso deixou Sol puto, principalmente por que teria que pedir tudo de novo, mas dessa vez ele iria pedir um docinho junto para ver se o seu humor melhorava. O Gear levantou-se, foi até a janela e abriu com tudo as costinhas grossas, iluminando o quarto simples e bem cuidado da pensão em que estava.

— Filho da puta comeu a minha comida. — Reclamou Sol enquanto olhava para o centro de Mystic Falls.

Dia depois, Badguy estava adentrando a sala de troféus. Ele parecia ser um dos últimos a chegar. Ele ficou encarando os participantes. Não conhecia nenhum. Não sabia nada de cada um deles. Sol não sabia de nada deles. Não tinha ideia de quem eram e nem de onde vieram. O Gear estava perdido ainda em um mundo desconhecido. O pouco contato que tinha parecia ser distante do meio de todos os competidores, e ele sem dúvida não ficaria se esforçando muito para falar com alguém. A verdade era que Sol queria ver esse prêmio, mas mais ainda, ele queria saber sobre o lugar. Assim que o homem saiu após seu discurso breve, Sol pegou uma maçã e foi para fora procurar alguém que poderia lhe dizer onde seria o seu quarto.

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Ryu - Dragon Warrior
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Ter 18 Ago 2020 - 9:56

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O CAMINHO DO GUERREIRO



Era madrugada naquele templo abandonado, que Ryu, naquela noite, usaria como campo de meditação. Sentado ao centro escudo do templo, mal iluminado pelas poucas velas, o andarilho se encontrava ajoelhado, ambas as mãos pairavam sobre as coxas, ele meditava. Contudo, sua meditação era interrompida por um som vindo das arvores, fora do templo, Ryu se levantou e seguiu fora do local, buscando ver a origem daquele som. Era madrugada, uma nevoa acinzentada, densa, dava um certo ar macabro para a floresta, fora as inúmeras arvores no local, o que tornava a visão dificultada.
 
– Quem esta ai? – Firme, indagou o guerreiro.
 
Foi quando, por detrás de uma das arvores surgiu aquela figura, suas vestes se assemelhavam com a de um palhaço, em sua mão estava um envelope. Ele o estendia para Ryu.
 
– Não sou nada demais, só um mensageiro, isso aqui é para você, meu caro andarilho. – Concluiu a figura.
 
Ryu, por outro lado, tomou o convite para si, mas não respondeu ao que aquele palhaço dizia, após ler o teor do convite, o Dragão Andarilho percebeu que aquele homem não estava mais la.


 
[ . . . ]


 
Seus olhos se abriam, estava tudo escuro, a visão do japonês estava meio turva, mas a sua frente estava a figura de uma criança, Nessiah, sua aura parecia diferente de tudo o que já havia sentido, não parecia desse mundo.
 
– Nunca é uma tarefa fácil de encontrar, até em sonhos, não é mesmo Ryu?
 
– Quem é você? – Ryu não entendia muito o que estava acontecendo.
 
– Eu me chamo Nessiah, estou em busca de um artefato mágico, o livro criado por Hermaeus, ele é um artefato de poder incrível. – O garoto parou por alguns segundo para tomar folego. – Pois bem, ele é capaz de registrar eventos, como o inicio da Segunda Guerra Mundial, a Revolução Francesa ou o dia que você destruiu a Shadaloo, armazenando parte da essência do cenário e do evento, além de claro, prender a essência de seres em seu interior...
 
– E para quê precisa de mim? – O lutador mostrava ainda alguma contenção.
 
– O convite que recebeu, o castelo, eu não posso rastrear o livro dentro dele, eu preciso... Ryu, eu preciso que encontre a verdade...
 
Os olhos do guerreiro se abriam, tudo parecia ter ocorrido em um sonho, mas era tudo real, ao se levantar do colchão estendido no chão do templo, Ryu olhava para o convite em sua mão.


 
MEMORY CIRCUS


 
Assim como os demais, lá estava Ryu, mas seu jeito solitário e reservado o permitiu apenas permanecer de braços cruzados enquanto notava a recepção, se encostava na parede, proxima a janela do castelo. A maioria parecia se conhecer de outros locais, mas o andarilho não conhecia praticamente nenhuma daquelas pessoas, o grito de Fukua abraçando Carol o chamou a atenção, mas logo pendeu o rosto, para observar a paisagem. Sua mente estava na visão que teve de Nessiah. O que diabos aquilo significaria?




風林火山
Rapido como o vento. Feroz como o fogo. Inabalável como a montanha. Silêncioso como a floresta.
 
Yagami Setsuna
Yagami Setsuna
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Ter 18 Ago 2020 - 19:03
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O garoto brincava no quintal de casa naquele fim de tarde. O sol já havia se posto mas o crepúsculo ainda se fazia presente no horizonte e minuto a minuto ia dando lugar para a noite que costumeiramente era estrelada quando não haviam nuvens. Setsuna estava brincando com uma bola de futebol próximo ao jardim cuidado por sua irmã mais velha Carol e tomava cuidado para que a bola não fosse parar em nenhuma das plantinhas amadas por ela. O menino gosta de aproveitar esses momentos já que ele, mesmo tão jovem, já possui a certeza de que quando crescer terá que ter responsabilidades com o clã Yagami como lutar em vários torneios e manter o legado do clã Yagami e talvez, quem sabe, gerenciar os negócios do pai quando ele se for e toda essa pressão futura faz com que o garoto treine porém se divirta bastante e tente ser "uma criança normal" mas sempre acontecem coisas que fogem da compreensão natural das coisas e Setsuna estava prestes a experimentar mais uma delas.

Depois de chutar a bola na parede da casa para fazer ela voltar, Setsuna tentou o famoso Domínio do Neymar mas ao invés disso ele mandou a bola para um canto mais escuro perto da parede que compõe o terreno do casarão e ao chegar perto da bola ele se deparou com uma figura vestida de palhaço que estava com a sua bola nas mãos em meio à escuridão. A roupa usada por esse palhaço é predominante na cor vermelha com alguns detalhes em dourado e sua máscara é cinza, cobrindo todo seu rosto.

Setsuna: Quem é você?

Buffon: Me chamo Buffon e eu tenho um convite para você, jovemzinho...

Setsuna: Buffon? Tipo... Buffon goleiro da Juventus? Aquele que joga com o Cristiano Ronaldo?

Buffon: Não... está me confundindo.

Setsuna: Ah que pena. Então pode me fazer o favor de devolver a minha bola e dizer o que quer? Se for amigo do meu pai ou da minha mãe eles não estão em casa!

Buffon: Apenas vim lhe entregar isto.

O homem devolvia a bola para Setsuna que sabe-se lá como estava com um convite grudado nela e no intervalo de segundos em que Setsuna abaixou sua cabeça para olhar o convite, a bola e erguer a cabeça novamente, o homem desapareceu sem deixar nenhum rastro...
Ainda naquela noite, por volta de 3 da manhã, todos os membros da família já estavam dormindo e cada um em seu quarto. No de Setsuna havia ao lado da cama a TV com um Xbox One plugada e na parede mais afastada uma mesa com um computador e bem ao lado algumas action figures de heróis da Marvel e DC além de bolas de futebol. O menino dormia tranquilamente e novamente sonhava com o seu esporte favorito quando uma criança loira apareceu e ela estava com uma roupa completamente estranha: enormes correntes douradas estavam ligadas ao seu pulso, um vestido branco com uma cobertura roxa, ambos bem desgastados e algo estranho que lhe cobria os olhos. Por algum motivo assim que esta criança apareceu ali no campinho em que o jovem ruivo estava jogando bola, tudo parou ao redor e ficou mais escuro sendo que apenas havia luz entre o jovem Yagami e a pessoa na sua frente e pouco a pouco Setsuna se aproximou desta criança estranha.

Criança: Devemos encontrar o livro... 

Setsuna: Olá...?

Criança: Devemos encontrar... 


E quando Setsuna chegou perto a criança desapareceu e tudo voltou ao normal deixando o menino se indagando por alguns segundos até o sonho voltar ao rumo normal das coisas. Já no dia seguinte o garoto estava indo até lá para ver o que estaria acontecendo mas ele não disse para sua mãe sobre o convite, apenas disse que iria ver a inauguração do novo circo da cidade. Setsuna de fato observou bastante as atrações do circo e até comprou uma pipoca para ir comendo até o local marcado no convite enquanto que sonho na noite anterior martelava em sua cabeça de tal forma que ele não conseguia saber se viveu mesmo aquilo ou não passava de um sonho estranho. 
 

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